
O autor nos diz que nesse trabalho docente há muitas implicações, sendo uma delas a questão de que a personalidade do professor impregna a prática pedagógica. Com toda certeza o professor transpõe para o seu fazer aquilo que é como pessoa.
Saliento uma questão que me parece fundamental às práticas docentes. O professor age sobre um grupo mas precisa atingir os indivíduos que o compõe. Usamos nossas experiências e conhecimentos quando estamos à frente do trabalho de sala de aula. Esse fazer é técnico, ético e cognitivo.
Atuo no Laboratório de Aprendizagem da escola em que trabalho, atendendo grupos de alunos que têm muitas dificuldades nas diversas áreas do conhecimento. Esses alunos têm um funcionamento diferente dos demais. Eles precisam de mais tempo e de mais atenção. Primeiro precisa haver uma mínima vinculação afetiva. E isso é quase tão importante quanto as questões de aprendizagem.
O fazer do professor de laboratório ou de qualquer outro espaço da escola deve ser visto muito mais como práxis do que como técnica. Essa prática é modelada no contato com os alunos, quando percebe, improvisa e consegue adaptar.
Não há como discordar das idéias de Tardif. O professor tem seu trabalho construído no seu fazer cotidiano alicerçado em sua visão de mundo, de homem e de sociedade.
Encontro também em Paulo Freire uma contribuição às idéias de Tardif: “"Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutro, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição, decisão, ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo".