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POSTAGENS

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

SER PROFESSORA E SUAS IMPLICAÇÕES


Desde sempre soube que queria ser professora. Fiz essa escolha muito cedo, ao final do Ensino Fundamental. Cursei os três anos necessários e completei esse percurso inicial, fazendo o estágio curricular obrigatório.
Depois disso o acaso se encarregou de me afastar do exercício do magistério, levando-me a atuar na área da saúde.
Onze anos depois, retorno à sala de aula, tendo sido então nomeada na rede pública de Porto Alegre.
Agora já somo quinze anos de profissão e durante esse período presenciei muitas mudanças nas diretrizes de ensino que passaram pelo Construtivismo, chegando hoje aos Ciclos de Formação.
A escola mudou, mas os professores não mudaram. Atravessaram o tempo fazendo as coisas do mesmo jeito repetido e desanimado.
Durante esses anos bebi na fonte de Paulo Freire que agrega ao nosso fazer pedagógico os saberes necessários, fundamentados na ética pedagógica onde pesquisa, curiosidade, tolerância, alegria, esperança, entre outros, são os alicerces da aprendizagem.
Falar da minha trajetória de ser professora, sem falar em Paulo Freire é como esquecer de citar Lavoisier em minhas atuações enquanto nutricionista antes de viajar nas estradas da educação.
Freire aconselha que os educadores se posicionem criticamente, questionando, orientando e incentivando os educandos a pensar e reivindicar seus direitos, a influir na sociedade. Todavia sugere que ao assumir este compromisso, o educador o faça com ética, amor e alegria por ensinar. É da cabeça das crianças que educamos hoje, que surgirão novas idéias de mudanças no comportamento social brasileiro.
O educador não pode ser um mero reprodutor de velhos pensamentos. Ele deve se inserir, junto a tantos necessitados de inserção, nas modernas reflexões acerca das transformações do indivíduo enquanto fragmento social de um todo. É dentro desse contexto que penso minha função de professora.

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