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POSTAGENS

quinta-feira, 11 de junho de 2009

AUTISMO

O texto "Autismo: Atuais interpretações para antigas observações", de Cleonice Bosa, traz as diferenças nas descrições das primeiras publicações de Leo Kanner (1943) e Hans Asperger (1944), com as suas suposições teóricas sobre essa síndrome, até então desconhecida, o autismo. Aponta algumas características encontradas nas crianças estudadas por Kanner:
-incapacidade de estabelecer relações normais o que leva a criança a negligenciar, ignorar ou recusar tudo que vinha do exterior;
-atraso na aquisição da fala e uso não-comunicativo da mesma;
-dificuldades na atividade motora global contrastando com uma surpreendente habilidade na motricidade fina
-insistência obsessiva na manutenção da rotina
-observou bom nível sócio-cultural dos pais dessas crianças, bem como frieza em suas relações
As descrições de Asperger (1944) são na verdade mais amplas que as de Kanner, cobrindo características que não foram levantadas por Kanner. Uma delas diz respeito à dificuldade de fixar o olhar em situações sociais.
Embora ocorram algumas diferenças, a questão mais importante é que ambos identificaram as dificuldades no relacionamento interpessoal e na comunicação como as características mais intrigantes do quadro.
Na década de 60 esse quadro clássico já havia se alterado, pois observavam que algumas crianças não correspondiam exatamente àquelas descrições. Durante muito tempo prevaleceu a idéia de que autistas são pessoas alheias ao mundo ao redor, não tolerando o contato físico, não fixando o olhar nas pessoas e interessando-se mais por objetos do que por outras pessoas ou ainda, nem mesmo discriminando seus pais de um estranho na rua. A mídia e a literatura debruçaram-se sobre a imagem do “gênio” disfarçado, engajado em balanços do corpo e agitação repetitiva dos braços. A troca de conhecimento, o avanço nas pesquisas e a facilidade na comunicação auxiliaram na transformação desse quadro.
O texto deixa claro que não existe modelo teórico para explicar de forma abrangente a complexidade dessa síndrome. A experiência clínica e a pesquisa devem andar juntas para que mitos não sejam gerados nem tão pouco se aprisione o conhecimento.

terça-feira, 9 de junho de 2009

CONCEPÇÕES DE ÍNDIO


O texto OS ÍNDIOS NO BRASIL QUEM SÃO E QUANTOS SÃO extraído do Livro “O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje” de Gersen dos Santos Luciano – Baniwa, deixa claro que a denominação índio ou indígena significa nativo, natural de um lugar. Porém, sabe-se que essa denominação é utilizada, desde os tempos de Cristóvão Colombo, para os habitantes do continente americano. A história nos explica que em 1492, partindo da Espanha rumo às Índias, Colombo, após enfrentar fortes tempestades, ficou com a frota à deriva, chegando a uma região que o navegador pensou ser as Índias. Desse acontecimento originou-se o nome dado aos habitantes encontrados pelo navegador: “índios”.
Assim, para muitos, essa denominação está carregada de discriminação e preconceito contra os povos nativos da região. A figura do índio representa um ser sem civilização, sem cultura, incapaz, selvagem, preguiçoso, traiçoeiro, etc...
A partir da década de 1970, com o surgimento do movimento indígena organizado, os povos indígenas do Brasil resolveram manter, aceitar e promover essa denominação genérica de índio ou indígena, como uma identidade que fortalece todos os povos originários do atual território brasileiro. Após essa mudança para uma marca identidária e multiétnica é que os índios passaram a se tratar como parentes. Esse novo termo de tratamento, não significa que sejam iguais, mas que compartilham de interesses comuns e, principalmente, simboliza a superação do sentimento de inferioridade imposto por aqueles que colonizaram essas terras.
Uma questão importante em sala de aula é a utilização do livro didático. Esse, às vezes, é o único material impresso disponível utilizado como fonte de informação. O mais comum é encontrar nos livros uma referência dos índios no passado. Como se eles fizessem parte de um tempo que não existe mais e existissem apenas em função das histórias contadas sobre a colonização. Seu papel fundamental na real descoberta das Américas, raramente é citado, ou abordado de forma verdadeira. O foco glorificante da história é dado aos europeus, supostos descobridores dessa terra. Seus feitos e descobertas, as complicadas e heróicas navegações, explicam a origem de uma região, na verdade “encoberta” pela hegemonia européia.
Enquanto enxergarmos o mundo através das grades da nossa cultura, ignorando as especificidades dos povos, como se todos falassem a mesma língua, e partilhassem de uma mesma cultura, estaremos negando a cultura de cada grupo.
À sua maneira, as culturas indígenas expressam os grandes valores universais. Nas solenidades das festas, no refinamento dos vestidos e na pintura corporal, na educação dos filhos, na concepção sagrada do cosmos, é manifestada a consciência moral, estética, religiosa e social.
Para acabar com o preconceito, é essencial mostrar e valorizar a diversidade étnica.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

PARA FICAR PENSANDO...


Sobre Projetos de Aprendizagem, tenho pensado algumas questões que são bem simples e, por isso mesmo, meio óbvias.
A primeira diz respeito às perguntas. A sala de aula sempre se consagrou como sendo um espaço de respostas e hoje, nessa perspectiva de Projetos de Aprendizagem, o local passa a ser um espaço de perguntas. E é aí que aparece a dificuldade. Fazer perguntas é uma arte.Talvez responder seja mais fácil.
A outra questão diz respeito a mim mesma. Como “formar” um aluno-pesquisador se não consigo ser uma professora-pesquisadora?