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POSTAGENS

quinta-feira, 22 de novembro de 2007


MARÔ BARBIERI
Meus alunos de A30(2ª série) receberam dia 20/11 a escritora Marô Barbieri dentro do Programa da SMED “Adote um Escritor”. O Programa realiza-se, ao longo do ano, a partir da leitura de textos de determinado escritor, escolhido pelo coletivo de professores como o autor do ano para a escola. No decorrer do período ocorrem diversos movimentos que educadores, educandos e demais sujeitos podem criar a partir do universo sugerido pelo texto, ou seja, atividades variadas de leituras e escrituras de mundo. O momento culminante acontece com o encontro entre escritor e aluno. O Programa também contempla a visita das escolas da Rede Municipal de Ensino à Feira do Livro.
Marô foi encantadora com as crianças! Conversou com 3 turmas de cada vez. Contou uma história que ainda não está publicada ”Quem dança não faz lambança”.
Depois fez perguntas sobre a história, no formato “Show do Milhão”. As crianças participaram ativamente, respondendo as questões, indicando com os dedos qual a resposta certa:1,2,3 ou 4.
No final, foi aberto espaço para que as crianças fizessem perguntas à escritora num bate papo bem informal. Ela distribuiu pirulitos para todos, sugerindo: “A cada lambida, uma idéia na cabeça”!
A biblioteca oportunizou alguns kits com mais ou menos 15 obras da autora que circulou entre as turmas muito tempo antes da sua chegada. Os títulos eram: “Os olhos mágicos de João”, “O baile das portas”, “A bolinha que não rolava”, “Um país diferente”, “A princesa que não sabia chorar” e “Zica , a formiga-bruxa”.
Na sala de aula, a contação de histórias está sempre presente e faz muito sucesso.
O livro que as crianças mais gostaram foi “A princesa que não sabia chorar”. Uma história que se passa no fundo do mar e conta que a pequena sereia só aprendeu a chorar quando seu primeiro amor foi embora.
Depois da história, a prosa tomou o seguinte rumo: “E eu, quando é que fico com vontade de chorar?”
Esse assunto não é profundo demais?
Talvez...
Mas o que vi foram alunos que ficaram muito à vontade para falar e representar através de desenhos estes sentimentos com os colegas: saudade, dor, medo , perda e alegria. Sentimentos presentes naquela meninada.
Levo para dentro da sala de aula o aprendizado do PEAD que me inspira e estimula a contação de histórias.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007


Os Irmãos Grimm

Os irmãos Grimm (em alemão Brüder Grimm), Jacob e Wilhelm Grimm, são dois alemães famosos por registrar várias fábulas infantis. Também deram grandes contribuições à língua alemã com um dicionário (o Grande Dicionário Alemão) e estudos de lingüística, e ao estudo do folclore.
Cinderela é um conto de fadas e tem diversas versões.
A versão mais conhecida é a do escritor francês Charles Perrault, de 1697, e baseada num conto italiano popular chamado A Gata Borralheira.
A versão mais antiga para o conto de Cinderela é originária da China, por volta de 860 a.C..
Existe ainda a versão dos Irmãos Grimm, um pouco diferente da de Charles Perrault.
Nessa versão , Cinderela não tem fada-madrinha. O texto é assim contado:
“Um dia, quando já está sofrendo com sua madrasta e suas irmãs, ela pede para o pai trazer um galho de árvore. Ela planta este galho de árvore no túmulo de sua mãe e o galho se transforma numa árvore. Cinderela vai todos os dias rezar no túmulo da mãe e aparece um pássaro branco que atende seus pedidos. Quando aparece a oportunidade do baile, Cinderela diz para as irmãs que quer ir e as irmãs, de maldade, despejam uma bacia de lentilhas no meio das cinzas do borralho (algo assim como uma lareira) e dizem que ela tem que juntar todos os grãos. Ela pede ajuda para as pombinhas e aves do céu, que ajudam a Cinderela. Quando a madrasta e as irmãs saem para ir ao baile, a Cinderela vai até o túmulo da mãe, sacode a árvore e lá o pássaro branco joga um vestido lindo e um par de sapatinhos. Ela vai ao baile três vezes, faz o maior sucesso, mas sempre foge para o príncipe não descobrir onde ela mora. Mas na terceira noite, o príncipe joga piche (um tipo de cola) na escada e ela perde um sapatinho, que fica grudado no piche. Quando o príncipe vai procurar a moça, cujo pé cabe no sapatinho, a primeira irmã da Cinderela corta o próprio dedão para caber no sapato. Mas logo começa a cair sangue do sapato e ela é desmascarada. A segunda corta um pedaço do calcanhar, mas o sapato também começa a sangrar e o príncipe devolve a moça. Finalmente, se descobre que é a Cinderela a dona do sapatinho. O final da versão de Cinderela dos Irmãos Grimm também é violento – no casamento da Cinderela, as pombas que a ajudaram furam os olhos das irmãs, que ficam cegas!”
Geralmente não se conhece essa versão porque, por muito tempo, se julgou que continha elementos muito violentos e agressivos para serem contados às crianças.
Confesso que nunca tinha ouvido falar nela e através da disciplina de Literatura, pude entrar em contato com essa e com algumas outras versões do clássico Cinderela.
Acredito que a partir do momento em que conheço novas possibilidades, como no caso das muitas Cinderelas, fico motivada a levar para a sala de aula essas novidades e a dividir com os alunos esses novos conhecimentos. Foi o que fiz!
Sem falar que tudo isso dá um enorme estímulo àquele contador nato de histórias que mora dentro de cada um de nós.

Porque você ouve tanta porcaria?

Vou explicar: A música é um produto e esse produto precisa vender. As gravadoras, que vendem o produto, é que determinam o que se ouve. Como? Repassando dinheiro ou benefícios aos profissionais de rádio, sob a condição de que certas músicas sejam tocadas com grande freqüência (famoso JABA). E então se cria um ciclo rápido de consumo musical, onde se ouve muito o mesmo artista/música, por um curto espaço de tempo. É o fast-food musical! Salvemo-nos disso!
Dizer que a mídia é poderosa e que ela manipula os nossos gostos e valores, não só não é conformismo, como é uma forma de nos precaver dessa manipulação, tendo em vista que, sabendo que isso ocorre, passamos a ouvir, ou a assistir, ou a ler com um minucioso cuidado.
Para despertar na sociedade essa prevenção, é necessário alardear e falar o óbvio, que também deve ser dito e repetido incessantemente até que a população acorde e enxergue a nossa sujeição diante dessa indústria de comunicação das massas. Por isso deixo aqui o meu recado: Chega de ficar ouvindo as mesmas músicas o tempo todo! O texto indicado na disciplina de Música na Escola, faz boa referência as rádios Ipanema e Unisinos. Que tal experimentar outras coisas? Que tal fazer diferente? Vamos alimentar a alma de boa música, começando pela criteriosa escolha da rádio. Só poderemos exercer uma influência positiva sobre nossos alunos abrindo um leque de possibilidades para momentos diferentes de apreciação.
Que tal mandar você mesmo nos seus desejos? Que tal conhecer outros gêneros, outras melodias, outros autores?
RUGENDAS

A aprendizagem artística trabalhada em sala de aula tem como função desenvolver no aluno a competência para criar, interpretar e refletir sobre a arte.
A disciplina de Artes Visuais tem possibilitado levar essa reflexão para dentro da minha sala de aula.
Tudo começou com a necessidade de pensar em um projeto de artes que pudesse ser aplicado em uma turma de 4ª série (B20).
Para o último trimestre do ano, as professoras das turmas de B20 da escola em que trabalho, pontuaram a necessidade do estudo mais aprofundado, no que diz respeito à presença do negro na formação do estado do Rio Grande do Sul.
No livro didático de história, que os alunos usam em aula, no capítulo que trata sobre a escravidão, havia a imagem “Navio Negreiro” de Rugendas. Essa imagem foi o começo de um longo caminho...



A partir daí, levei outras obras do artista que retratavam a mesma temática e passamos a pesquisar (quem era, o que fazia aqui, ...) e principalmente observar, refletir e fazer relações com a história. “Que realidade é essa que o artista quer mostrar?” Esse foi nosso ponto de partida para muitas descobertas. Outra questão explorada com os alunos é o que diz respeito à percepção do artista sobre a contradição entre o prazer e o trabalho escravo. Música, afeto e dança, tão bem retratados pelo artista, se contrapõem à escravidão. Fizemos relações entre o trabalho nos dias de hoje e o direito ao lazer.
Rugendas nos oferece ainda algumas gravuras em que se percebe a presença de jogos entre os negros. Traçamos paralelos entre as brincadeiras de ontem/hoje.
Levando a arte para dentro da aula de história ou levando a história para dentro da arte, fazemos teias e entrelaçamos saberes e conhecimentos!


A língua das Mariposas

José Luiz Corda, cineasta espanhol, retratou com grande êxito os primeiros passos do menino Moncho (Manuel Lozano), de sete anos - nessa grande aventura que é ingressar na escola - através de seu filme “A Língua das Mariposas”.
A narrativa tem como foco a relação professor-aluno, estabelecendo a imagem do professor humano, caloroso, próximo e paciente. Nos mostra a atitude do profissional da educação como aquela do erudito, que lê, pesquisa, conversa regularmente com muitas pessoas e é admirado pela comunidade.
O filme nos mostra Don Gregório (o professor) como uma figura ímpar dentro do contexto educacional. Faz com que a aprendizagem seja fonte de prazer e de crescimento e a liberdade como função primeira da educação.
É por meio de uma prática reflexiva, às vezes solitária, às vezes grupal, que o professor consegue preencher suas lacunas e completar seus vazios.
Preenchi um vazio quando assisti o filme e definitivamente, quando crescer, e me tornar uma pedagoga de verdade, quero ser como Don Gregório. Um cara que, para além de teorias, ensina novas posturas perante o mundo, onde as pessoas devem se respeitar, ter sensibilidade e jamais abandonar seus ideais...
Filme obrigatório para todos aqueles que acreditam na vida e na educação.

KIRIKU E A FEITICEIRA

Assisti com meus alunos de 4ª série o desenho animado Kiriku. É um desenho bem feito, bonito mesmo e que traz uma tradicional lenda africana que ganha vida neste longa-metragem de animação francês, mostrando a história de um menino minúsculo que enfrenta uma poderosa feiticeira.
A idéia era mostrar,através de debate após a sessão, que existe um racismo velado no Brasil e que a imagem dos negros nos livros, nos filmes e nas revistas ainda é inferiorizada perante o branco. Quem sabe aumentar a auto-estima dos alunos afro-descendentes, despertando a turma para a diversidade da raça humana e promover o respeito pelas variadas etnias. Lembrar os heróis negros e começar por Kiriku que salva sua aldeia.
Acho importante nesse momento em que se fala de Consciência Negra, trazendo sempre a questão do preconceito vinculado à cor, mostrar também o preconceito que existe em relação às mulheres, aos idosos, aos homossexuais. Enfim, trazer a luz da discussão, todas as formas de preconceito, porque falando sobre eles talvez possamos diminuir as tantas injustiças desse planeta!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

RELATOS DE EXPERIÊNCIAS

Ando feito um detetive! Pelo menos é assim que me sinto: investigativa e analítica! E isso não é obra do acaso, é exigência do PEAD e de duas queridas professoras que me obrigam a pensar dessa forma o tempo todo e fazem meu olhar se voltar, da forma mais analítica possível, para aquilo que tenho construído nesse caminho.
Para ajudar nessa análise das minhas próprias construções, nesse momento passo a olhar para a construção alheia e a opinar analiticamente, sobre como foram utilizados argumentos/evidências no relato .
Achei o projeto interessante por que essa questão dos idosos não conseguirem utilizar os equipamentos eletrônicos, principalmente os caixas de banco, tendo que confiar em estranhos, sempre me chamou a atenção. E pior, nem sempre os bancos disponibilizam funcionários para cumprir esse papel.
O grupo foi formado por pessoas que realmente necessitavam dessa inclusão e isso foi muito positivo.
Uma outra questão (vide 2 postagens anteriores) é que, se é para acrescentar alguma coisa, antes tarde do que mais tarde!
A seguir algumas considerações:

Quanto aos indícios ou evidências de onde, como e quem participou da experiência:

As pessoas que participaram desse projeto, foram pessoas com mais de 55 anos e que cursaram até a 4ª série. A experiência durou três meses mas não há indícios sobre a freqüência (como) e o local das aulas (onde).

Quanto aos argumentos do relator acerca da relevância da experiência e dos resultados dela;
O relator traz como argumento, para justificar a importância da experiência, a questão dos idosos não saberem utilizar os equipamentos eletrônicos do mundo moderno. E, para mostrar os resultados do projeto, coloca a troca de e-mails, a navegação na web, a utilização dos aparelhos eletrônicos e até aquisição de computadores pelos alunos.

Analisar e comentar as evidências e argumentos que facilitam ou não a clareza da apresentação das intenções do professor e das ações dos alunos bem como a compreensão do processo relatado.
O relator não deixa claro como eram as aulas. Fiquei me questionando onde as 9 pessoas se encontravam? Havia um equipamento para cada um? Todos os dias? Uma vez por semana? Poderia também ter detalhado mais sobre como se deu o aprendizado em relação aos outros equipamentos, como o caixa eletrônico e telefone público, bem como ter mostrado quais foram as dificuldades dos alunos em relação à língua estrangeira. Outro questionamento foi em relação à navegação na web. Acho esse termo vago demais e sugere interpretações.