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POSTAGENS

domingo, 27 de setembro de 2009

CULTURA SURDA

Sendo professora da rede pública municipal de Porto Alegre já poderia ter tido em sala de aula, um aluno surdo. Porém minhas experiências com surdos fazem parte de minhas vivências fora do trabalho e da família. Meus únicos contatos se deram em lugares do dia-a-dia, como no supermercado, no transporte, ou na rua.
Em primeiro lugar, cabe uma definição sobre quem é a pessoas surda: é aquela pessoa que está privada do sentido da audição; que não consegue compreender a fala através da audição e que por isso interage com o mundo utilizando experiências visuais.
A definição de surdo/surdez, porém, passa muito mais por uma identidade grupal do que por uma característica física. Essa identidade vem sendo construída há pouco tempo aqui no Brasil. Desde então o surdo passou a lutar pelo direito de ter sua língua e sua cultura reconhecida como fazendo parte de um grupo minoritário, e não como um grupo de “deficientes”.
A forma ideal de comunicação com uma pessoa surda requer o estabelecimento de um contato visual, portanto é fundamental conversar com um surdo olhando nos olhos.
Uma maneira de chamar a atenção é dar um suave toque no ombro ou no braço, acenar, dar leves batidas no chão ou ainda piscar a luz. Para se fazer entender, pode ajudar a ação de apontar, desenhar, escrever, dramatizar e utilizar diversas expressões faciais. Todos esses recursos são essenciais quando não há domínio da língua de sinais.
Um aspecto importante e de valorosa compreensão da comunidade surda é o fato de que ela não é composta apenas por sujeitos surdos, mas também por ouvintes, membros da família, intérpretes, professores e amigos. Pessoas que escutam e compartilham suas experiências com eles.
Saliento que uma questão necessária para interagir com uma pessoa surda é justamente esse reconhecimento do sujeito surdo como ser humano que é, tentando trocar sentimentos, sensações e vivências como fazemos em todas as relações que estabelecemos.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

FALANDO DE LETRAMENTO


Existe hoje, uma crescente preocupação em estudar, explicar e teorizar o fenômeno social chamado letramento.
Segundo Ângela Kleiman, em seu texto intitulado “Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola” (Kleiman 2006), A palavra letramento não é sinônimo de alfabetização, porque esse conceito explora a questão somente da aquisição de códigos (alfabético e numérico).
Em algumas classes sociais as crianças são letradas quando possuem estratégias orais, antes de serem alfabetizadas. Dessa forma, elas conseguem fazer relações com o texto escrito e demonstram isso através da oralidade. Passam a ter uma oralidade letrada. Compreendem o que aprendem em nível conceitual, fruto da intertextualidade que trazem em sua bagagem de conhecimentos. A escola, devendo ser um espaço de construção desse conhecimento, desconsidera o viés social do letramento e se caracteriza pela linguagem padrão, enrijecendo o aprendizado.
No presente texto, a autora argumenta a correlação entre o desenvolvimento da escrita e o desenvolvimento cognitivo e faz uma citação a dois modelos de letramento que se contrapõem: o “modelo autônomo” e o “Modelo Ideológico” (Kleiman apud Street, 1984). Ângela Kleiman afirma que as práticas de uso da escrita, exercidas no ambiente escolar, sustentam-se em modelos equivocados, que não condizem com a concepção de letramento dominante na sociedade. É o caso do “Modelo Autônomo”, que pressupõe a existência de apenas um modo de desenvolver na criança o progresso, a civilização e a mobilidade social.
Ainda de acordo com a autora, o segundo modelo refletiria um modo ideal de letramento social, onde se defende a tese de que o letrado precisa compreender significados específicos contidos na escrita, com a existência de características de grandes áreas divididas entre as práticas orais e letradas.

domingo, 13 de setembro de 2009

O PENSAMENTO INFANTIL SOBRE OS FENÔMENOS NATURAIS


Foi ao acaso que acabei encontrando uma matéria interessante na revista Nova Escola de junho de 2009.
Ela trata sobre como as crianças criam teorias e explicam os fenômenos naturais. Vindo bem ao encontro de nossas discussões sobre concepções ingênuas e senso comum.
Há também um vídeo bem interessante com o mesmo nome.
Vale a pena lembrar o leitor:
Concepções Ingênuas são teorias que crianças e adultos constroem sobre o mundo através de experiências e evidências, baseadas em fatos e situações que estão a sua volta. Essas idéias estão diretamente relacionadas com aquilo que vêem e experimentam.

http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/desenvolvimento-e-aprendizagem/pensamento-infantil-fenomenos-naturais-475516.shtml

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

CONTANDO HISTÓRIAS


Fiz as primeiras, de uma série de contações de histórias da Índigo, na semana passada.
Atendi na biblioteca turmas de C10, C20 e CP.
São todos adolescentes vindos de férias prolongadas e sedentos de escola e atividades.
Antes do livro propriamente dito, contei um pouco das coisas que sabia da vida da autora. Idade, onde mora, profissão, são dados que interessam ao público.
Havia previamente escrito os endereços de email e blog da autora.
Li quatro contos às turmas que, por serem pequenos, exigem atenção redobrada.
Percebo que esse trabalho de espera em receber a visita e conhecer a autora escolhida, por parte das turmas, exige um planejamento integrado das atividades de Língua Portuguesa, Informática e da própria biblioteca.
Dessa forma, os contos poderiam ser trabalhados com mais aprofundamento.
No ambiente informatizado, os alunos poderiam fazer contato com a autora, através de e-mail, bem como visitar o blog dela e postar comentários.
Na escola, uma das coisas mais complicadas que se vê é a falta de “costura” entre as áreas de conhecimento, entre os projetos que existem e os projetos que são criados.