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POSTAGENS

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

METAMORFOSEANDO

Desde que iniciei o curso de Pedagogia à distância, em abril de 2007, venho utilizando diferentes recursos na área da tecnologia digital. Um deles consistiu em criar esse blog e alimentá-lo constantemente com conteúdos próprios, relevantes e relativos às interdisciplinas e aprendizagens do curso. Nada disso me passou pela cabeça antes do PEAD. E eu tinha certeza de que a minha relação com a tecnologia ia ser bem complicada, porque nunca havia pensado em utilizar cotidianamente o computador. Como eu só usava essa ferramenta para ler mensagens ou fazer alguma pesquisa para enriquecer o trabalho na escola em que dou aula, a adaptação foi bem difícil.

Mas, inevitavelmente, mudei minha relação com o computador e, desde então, venho, cada vez mais, me introduzindo neste admirável mundo novo.
Tais transformações ocorreram quando as exigências do curso aumentaram. Quanto mais havia a ser feito, mais necessária se fazia mudar de atitude em relação ao que eu pensava. Ou eu vencia essa “timidez digital” ou seria engolida pela própria demanda.
Parar na frente do computador agora era necessário!
Passei a fazer postagens frequentes, aqui no blog, tornando-o, inclusive, um ambiente acolhedor para quem o visita.

Esse último eixo, especialmente, foi bem interessante. Nos fazer passear pelos posts mais antigos do blog e enxergar o crescimento contido na nossa trajetória, é menos vergonhoso do que fascinante. Poder ver a maneira imatura com que utilizava a ferramenta em relação ao curso, me fez ao mesmo tempo perceber meu crescimento e refletir sobre o que ainda preciso amadurecer no espaço infinito das descobertas tecnológicas.

No curso, sempre houve uma orientação para que tentássemos ver as mesmas coisas de um outro modo, quebrando paradigmas, questionando as velhas certezas, aprendendo a distinguir concepções ingênuas dos saberes científicos. Tentei incorporar essas premissas, que nos levam a mudar de ângulo e perceber as diversas dimensões conceituais do saber.
Observei nessa retrospectiva, por exemplo, que até pouco mais da metade do primeiro ano de PEAD, eu usava o blog para “postagens pessoais”, ou seja, fazia publicações que falavam de mim, dos momentos pelos quais eu estava passando e o que andava pensando. Não havia uma conexão entre o que estava sendo desenvolvido no curso e a minha prática docente. Com o tempo, o suporte e a orientação dos(as) professores(as) do PEAD, fui me dando conta de sempre fazer links entre teoria e prática.

Revendo todo o percurso, notei que, só a partir de outubro de 2007 é que publiquei minha primeira postagem significativa: um vídeo registrando um momento de expressão corporal dos meus alunos, levando para a sala de aula as aprendizagens do curso. Essa teve até um marcador: Portfólio/Teatro.

No mês seguinte esse processo foi amadurecendo ainda mais e finalmente ficou consolidada a minha percepção do blog como um espaço autoral de socialização e aprendizagem. Daí em diante muitas postagens vinculando teoria ao exercício profissional.
Toda essa caminhada me estimulou a vivenciar mais e mais o ambiente digital. Levei essa novidade para sala de aula e fui desenvolvendo ainda mais esses novos conhecimentos, na medida em que compartilhava-os com os alunos. Passei a me interessar pela tecnologia, ao ponto de transforma-la não só parte da minha prática pedagógica, mas também tema de pesquisa para o meu TCC.

O que começou com a realização de estágio, como parte obrigatória do curso, onde precisávamos cumprir 180 horas de efetivo exercício docente, transformou-se em objeto de estudo. Esse foi outro momento significante e que foi registrado também aqui nesse espaço: o estágio.
Como o normal é temer o novo, mais uma vez me vi arredia em ter que estagiar durante nove semanas, planejando atividades para uma nova sala de aula. A princípio, não vi necessidade de fazer isso, por estar na rede municipal dando aula já há 18 anos. Mas logo senti a premência de colocar em prática um pouco de tudo que vimos e vivemos no PEAD. Tecer uma rede, costurando as aprendizagens e vivências nas mais diversas áreas do conhecimento. Uma oportunidade de mostrar que era possível encontrar outros caminhos para uma mesma busca.

Não posso negar que foi difícil, mas tenho que confessar também que me sinto satisfeita por ter conseguido planejar, executar e refletir, mesmo que muitas vezes pensasse que não ia dar certo. Fui, mais uma vez, relutante no início, porque tive que deixar a minha turma e começar do zero, conhecendo as habilidades e trabalhando as dificuldades de alunos diferentes dos que estava habituada. Diferentes em todos os sentidos que esse adjetivo possa dar a entender. E tenho certeza de que para eles também foi muito difícil.

Mas as crianças têm uma qualidade que nós costumamos perder gradativamente, na medida em que vamos ficando adultos: a capacidade de nos adaptarmos a qualquer situação, sem muita resistência. O novo não amedronta as crianças, porque nelas ainda não se construiu a tão falada “zona de conforto”, que nós adultos, mesmo sabendo que tudo dá certo, até quando as nossas prévias organizações vão por água abaixo, carregamos os engessados paradigmas. Os pequenos sábios sabem a hora do improviso. Os grandes, aqueles que se dizem sábios, muitas vezes perdem essa hora.

Hoje sei que é preciso enfrentar os nossos medos, simplesmente porque somos nós mesmos quem os criamos e alimentamos. Tenho absorvido, através dos passeios que fiz pelo blog, que houve uma transformação espontânea na minha maneira de viver os processo que se formavam dentro de mim. Cada publicação teve a marca de um aprendizado que me fez refletir sobre o meu lugar de aluna, estabelecendo uma aproximação com a posição em que o meu aluno se encontra. Nessa inversão, percebi que uma relação de aprendizagem contínua pode ser desenvolvida com eles. Isso tornou ainda mais compreensíveis as diferenças no ritmo do aprendizado de cada um, o que constituiu uma convivência salutar no sentido de ensinar sob a ótica de quem aprende.

Em breve serei pedagoga. Trago comigo, além dos conhecimentos teóricos adquiridos no curso, as emoções e sentimentos que, como disse, me fizeram rever muitos conceitos e que estiveram presentes nos bons textos, nos bons filmes e em todas as vezes que me dei conta de estar respaldada teoricamente na minha prática pedagógica.

Tenho absoluta certeza de que o PEAD provocou muitas mudanças em todos os que se envolveram de verdade nessa caminhada. Foram quatro anos e meio de condução pelas estradas incertas da aprendizagem. Caminhos esses que não são, de forma alguma, finitos. Mas que, no final de cada etapa, nos deixa mais seguros de que cada passo dado é um objetivo alcançado. Somos agora borboletas saídas do casulo. Cada uma no seu tempo, com a sua força, perseverança e determinação.

Para terminar essa última postagem, deixo registradas as palavras de Madalena Freire no livro "O Coordenador Pedagógico e o espaço da mudança”, pois penso ser o pensamento mais oportuno ao momento:

"Estar vivo é estar em conflito permanente, produzindo dúvidas, certezas, sempre questionáveis. Estar vivo é assumir a educação do sonho cotidiano. Para permanecer vivo, educando a paixão, desejos de vida e de morte, é preciso educar o medo e a coragem. Medo e coragem em ousar. Medo e coragem em assumir a solidão de ser diferente. Medo e coragem em romper com o velho. Medo e coragem em construir o novo".


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ESTÁGIO


O estágio curricular do curso de Pedagogia à Distância aconteceu no 8º semestre com o objetivo de nos encaminhar à efetiva prática docente.
No PEAD somos todos alunos-professores, portanto, o requisito obrigatório de estágio pôs em prática tudo o que lemos e teorizamos no decorrer desta graduação. Ao meu ver, essa foi a disciplina mais difícil, pois nos levou à efetiva desconstrução do saber. Mexeu bastante na maneira com que nós, educadores, trabalhávamos em sala de aula. Creio que, em muitos casos, tenha ocorrido, inclusive, uma sôfrega ruptura no formato de ensino, enrijecido por um modelo pronto para ser despejado nos alunos.

Experimentar, repensar, refletir foram algumas das ações que estiveram sempre presentes no meu planejamento para o estágio. Experimentar uma Arquitetura Pedagógica, repensar a velha prática, refletir sobre o que acontece, permitir a mudança. Como bem disse o mestre da educação, Paulo Freire (1996), devemos nos convencer de que “(...)ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Foi com essa perspectiva que iniciei o estágio em turma de 4ª série (B20).

Meu planejamento no projeto consistiu em proporcionar atividades e situações que “desequilibrassem” o saber do aluno, fazendo assim com que ele construísse novos conhecimentos. Tentei levá-los à compreensão da realidade de forma ampla, possibilitando que, nela, interferissem de maneira mais consciente.

Não sendo possível ignorar aquilo que é convencionado pelo coletivo da escola como conteúdos, habilidades, competências pertinentes ao ano-ciclo, optei pelo caminho da tecnologia como ferramenta de apoio, para sair do lugar-comum.
Percorri durante 9 semanas, de abril a junho de 2010, tortuosos caminhos com o pequeno grupo de alunos que recebi para as aulas que integraram o meu estágio.

muitas postagens que traçam essa trajetória, pois escrevia semanalmente um pequeno relato, dos fatos mais importantes ocorridos durante esse período.
Como já disse, foi o momento de colocar em prática os aprendizados do curso e sinto que aproveitei ao máximo essa oportunidade. A prova é que, das vivências do estágio, brotou o tema do meu TCC.

domingo, 21 de novembro de 2010

DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO


No sétimo semestre, em 2009/2, através da disciplina de Didática, Planejamento e Avaliação, refletimos sobre as marcas que as práticas pedagógicas deixaram em nossas vidas, nos constituindo enquanto indivíduos e também analisamos as relações de ensino-aprendizagem no contexto escolar.

Passamos por Comênio, o pai da didática, e fomos levadas a refletir sobre o Movimento da Escola Nova que, ao propor uma outra forma de compreender o processo de ensino e aprendizagem, apresentou propostas mais dinâmicas para a organização do espaço escolar, das atividades pedagógicas e dos próprios materiais didáticos utilizados.
Dentre os pensadores escolanovistas que se preocuparam com estes aspectos, destacou-se Célestin Freinet e Maria Montessori.

Mais uma vez o curso nos fez repensar nosso lugar de professor!
O principal desafio do educador é o de tentar mostrar à criança que a escola é um lugar de criação e de autoria. O de tentar liberta-la das correntes da repetição e do adestramento.
Mas antes de todos, quem precisa se libertar primeiro é o professor. É ele que tem de ser criativo e autor de sua aula.
Somente a desconstrução dos modelos educacionais que valorizam os conhecimentos automatizados, por uma educação questionadora, pode transformar de fato a educação.

As atividades padronizadas impossibilitam que os alunos mostrem e desenvolvam sua criatividade. O professor, caso espere determinada resposta do aluno, pode não recebe-la da forma aguardada e deixa-lo fora do processo de ensino-aprendizagem. Como bem disse Paulo Freire “ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua produção ou sua construção”.

Quero muito, enquanto educadora, ser lembrada como aquela que abre caminhos para a efetiva construção do saber, apontando rumos, mostrando o mundo como ele é e como pode vir a ser. Quero fazer com que o saber histórico esteja a serviço do presente e que seja simples e prazerosa a sua compreensão. Penso que toda construção precisa estar envolta em alegria, pois parte de algumas realidades que necessitam ser ditas e que pode não corresponder ao nível de compreensão de cada um. O papel do professor é esse: deixar o caminho livre para os pensamentos, ajustando aqui e ali o eixo dos entendimentos.

domingo, 14 de novembro de 2010

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS


Alguns elementos importantes para compreender e refletir a comunidade e a cultura surda, foram abordados na disciplina de LIBRAS.
Nos fez pensar na importância de entrar em contato com uma forma de comunicação diferente.
LIBRAS é a língua da comunidade surda brasileira.

Durante o semestre assistimos a dois filmes que trouxeram discussões bem importantes sobre o assunto. O primeiro mostrou a trajetória de sofrimento imposta pelo preconceito, onde um diagnóstico equivocado mudou completamente a vida de uma criança surda. O segundo contou a história do menino Victor, numa narrativa que enfatiza a histórica condição de inferioridade associada aos surdos, a rejeição da sociedade, o isolamento e uma vida social cheia de restrições.

Fui bastante esclarecida sobre a cultura surda a partir dessa disciplina. Através dos textos lidos e das produções estimuladas, pude saber um pouco mais sobre a comunidade surda, sua cultura e especificidades.

Clique aqui e saiba mais você também!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

LINGUAGEM E EDUCAÇÃO


A disciplina de Linguagem e Educação em 2009/2 nos preencheu de elementos que tornaram possível examinar os conceitos de alfabetização e letramento, bem como analisar as diversas práticas e contextos que envolvem esses assuntos. Dessa forma, planejamos atividades coerentes com as leituras realizadas.

A postagem "Falando de Letramento" foi uma reflexão feita a partir de uma leitura que trata de Modelos de Letramento. O texto aborda a crescente preocupação em estudar, explicar e teorizar o fenômeno social chamado letramento.

Na postagem intitulada “As histórias que as crianças contam” há uma narrativa bem interessante de uma menina de seis anos que já mostra uma postura letrada mesmo sem saber. A criança quando narra uma história está trazendo à tona um universo de experiências acumuladas em situações diárias, e misturando fantasia e realidade, de forma a construir sua própria maneira de lidar com as coisas.

Como é a linguagem que organiza o pensamento, é essa narrativa que vai contribuir para que a criança compreenda o mundo em que vive e para que elabore os seus sentimentos.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

EDUCAÇÃO ESPECIAL


A disciplina de Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais oportunizou algumas leituras e discussões sobre a retrospectiva histórica da educação especial, as políticas públicas brasileiras em educação especial, o aluno com necessidades educacionais especiais, bem como práticas pedagógicas em educação especial.

Fiz uma postagem significativa em abril de 2009, que trata da importância de fatores como ambiente, espaço e recursos necessários às práticas inclusivas dentro da escola.
Ressalto no texto que, mais importante que as mudanças na parte física da escola, são as mudanças nas práticas de ensino.

É a escola que deve se adaptar as novas realidades e não o contrário, em que o aluno de inclusão precisa se adaquar à instituição.

Ao tocar nessa questão, o curso traz para dentro da universidade uma situação que há muitos anos habita as salas de aula da rede pública municipal de Porto Alegre. Foi muito importante esse debate da teoria com a prática, pois nos fez enxergar o aluno com necessidade educacional especial sob uma outra perspectiva.

domingo, 17 de outubro de 2010

ETNIAS


O VI semestre, em 2009/1, trouxe a interdisciplina Questões Étnico-Raciais na Educação, Sociologia e História. As leituras e atividades chamavam para o entendimento de raça e etnia na educação, com ênfase em estudos afro-indígenas no Brasil e no Rio Grande do Sul.

Uma das atividades mais interessantes foi a construção de um mosaico étnico-racial na sala de aula, como mostra o post de abril de 2009. Há outras postagens no blog sobre esse tema.
Importante estar sempre presente na sala de aula práticas pedagógicas que estejam de acordo com a Lei 10.693/03, que obriga o ensino de história da África e das culturas afro-brasileiras.

Na verdade, acima da questão legal, a diversidade presente em sala de aula incita o professor a aprender sobre cada povo, cada cultura, cada etnia, na complexidade social que cada um se insere e se forma, individual e coletivamente. Esse conhecimento nos estimula o respeito às diferenças e nos faz enxergar as relações humanas sem preconceito.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PROJETOS DE APRENDIZAGEM



Para que pudéssemos vivenciar a prática dos Projetos de Aprendizagem, nos foi oferecida a possibilidade de um mergulho nas nossas curiosidades mais profundas. Fomos instigados a pensar sobre aquilo que, sem nos dar conta, desconhecíamos. E levamos para a aula presencial nossas indagações. Os caminhos estavam traçados, mas faltavam as descobertas... porque a construção do conhecimento se dá na procura pelas respostas, na pesquisa e nas redes cooperativas de aprendizagens.

Construímos um mapa conceitual utilizando um software específico.
Aprofundamos as pesquisas sobre a música e sua influência no comportamento das pessoas e, principalmente, pudemos comprovar certezas provisórias e nos livrar das dúvidas temporárias...
Ou como bem disseram nossas professoras Íris e Bea em artigo intitulado Revisitando os Projetos de Aprendizagem, em tempos de web 2.0:

"Nesse processo, essencialmente provocativo, a chave do sucesso está nas diferentes formas de observação do mundo: quanto mais formas de olhar e ver (há aqueles que olham e não vêem), mais chances eles têm de identificar as discrepâncias, semelhanças e lacunas em seus conhecimentos, que podem provocar um movimento investigativo".

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

CIÊNCIAS



O quarto semestre trouxe a interdisciplina de Ciências para que repensássemos nossas concepções de natureza e sociedade as quais construímos ao longo da vida.
Para que refletíssemos sobre aquelas tantas opiniões que acreditamos serem corretas e que nos dificultam as mudanças de atitude.

O post que descreve essa experiência traz uma sugestão de atividade que pode ser realizada com adultos e crianças e que é muito útil para introduzir algum tema científico.
Durante a atividade, uma constatação: Há várias interpretações sobre um mesmo assunto. Basta abrir mão dos engessados conceitos, para enxergar a luz da sombra e a sombra da luz.

Luz e Sombra. Um não existe sem o outro. Mas eles convivem numa realidade relativa, onde, dependendo da posição, um deles estará lá. Ou não...


domingo, 26 de setembro de 2010

LITERATURA NA SALA DE AULA


No Eixo III do curso, a interdisciplina de Literatura Infanto-Juvenil proporcionou um momento muito rico, que trouxe fundamentos teóricos importantes sobre a contação de histórias, poesia, literatura infantil, elementos da narrativa, contos de fadas, autores brasileiros e fábulas.

A contação de história e a poesia estão sempre presentes no meu fazer docente, porque acredito que ouvir histórias é o começo da aprendizagem para se tornar um leitor e, posteriormente, um possível produtor de obras literárias. Penso ser esse o caminho da descoberta e da compreensão.

Como bem afirma Fanny Abramovich:

”O ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o pensar, o teatrar, o maginar, o brincar, o ver, o escrever(...)” [ABRAMOVICH, Fanny, 1995:23]

As leituras do curso sempre proporcionaram repensar a prática, me preenchendo com teorias e reformulando os conceitos que construí ao longo dos anos através do meu fazer diário. Por meio de interdisciplinas como a de Literatura, fui apresentada a novas estratégias pedagógicas que me estimularam a elaborar planejamentos, ao que observo na interação que tenho em sala de aula com meus alunos, cada vez mais produtivos.

A análise dos posts de 2007 me fizeram constatar que muitas das publicações foram um recorte bem fiel desta dupla caminhada: como aluna do curso de Pedagogia e como professora da rede pública de ensino.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

CAMINHO SEM FIM


Alguns filmes marcam nossas vidas, assim como algumas músicas, alguns perfumes...
E foi durante o curso de Pedagogia que vi um desses que marcam. A Língua das Mariposas. Um filme que enfoca um professor de postura ímpar, que torna a aprendizagem fonte de prazer.

Quando elaborei essa postagem, estava inebriada de boas sensações. Nota-se pelo teor do texto: “quando crescer, e me tornar uma pedagoga de verdade, quero ser como Don Gregório. Um cara que, para além de teorias, ensina novas posturas perante o mundo, onde as pessoas devem se respeitar, ter sensibilidade e jamais abandonar seus ideais(...)”

Em breve serei pedagoga. Trago comigo, além dos conhecimentos teóricos adquiridos no curso, as emoções e sentimentos que muitas vezes me fizeram rever conceitos, que estiveram presentes nos bons textos, nos bons filmes e em todas as vezes que me dei conta de estar respaldada teoricamente na minha prática pedagógica.

Ainda não sou como Don Gregório...e sei o quanto é difícil conseguir ter o equilíbrio e a maestria de um professor como era o personagem.
Mas sigo “andando” com uma única certeza: O caminho da mudança é uma estrada sem fim.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

MÚSICA NA SALA DE AULA


Ando revendo o processo histórico das minhas aprendizagens, através do estudo das postagens realizadas ao longo do curso. As publicações antigas estão sendo as mais revisitadas.
Voltando no tempo, me deparei com a disciplina de Música,em 2007/2, que reforçava ideias já presentes na minha prática docente, mas que me incentivou a levar com muito mais freqüência a música para a sala de aula. Com o estímulo, inseri nas atividades musicais sons que pudessem ser considerados inusitados, inovadores, revolucionários. Tentei, e até hoje continuo tentando, fazer com que eles conheçam algo novo. Almejo tira-los do ciclo musical vicioso, onde se escuta somente o que toca no rádio.
A postagem que revi relatava isso: a experiência de ter levado algumas músicas do grupo Palavra Cantada e colheres que servissem de instrumento para que os alunos marcassem o ritmo das músicas.
Acredito na música como uma forma de expressão humana das mais antigas e importantes, e que precisa estar sempre presente na vida das pessoas.
Na proposição de uma atividade musical o professor pode ter vários objetivos, mas o simples ato de escutá-la é suficientemente satisfatório.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

OLHAR PARA TRÁS


É interessante passear pelos posts mais antigos do blog e enxergar o crescimento contido na minha trajetória. Poder ver a maneira “verde” com que eu utilizava a ferramenta em relação ao curso.

No curso, sempre houve uma orientação para tentássemos ver as mesmas coisas de um outro modo, quebrando paradigmas, questionando as velhas certezas, aprendendo a distinguir concepções ingênuas dos saberes científicos.

Em 2007, ano de início no PEAD, utilizava o blog para “postagens pessoais”, ou seja, fazia publicações que falavam de mim, dos momentos pelo qual eu estava passando e o que andava pensando. Não havia uma conexão entre o que estava sendo desenvolvido no curso e a minha prática docente. Com o tempo, o suporte e o norte dos(as) professores(as) do PEAD, fui me dando conta de sempre fazer links entre teoria e prática.

Só agora, revendo todo o percurso que fiz, vi que à partir de outubro de 2007, publiquei minha primeira postagem significativa: um vídeo registrando um momento de expressão corporal dos meus alunos, levando para a sala de aula as aprendizagens do curso. Essa teve até um marcador: Portfólio/Teatro.

Em novembro esse processo foi amadurecendo ainda mais e finalmente ficou consolidada a minha percepção do blog como um espaço autoral de socialização e aprendizagem. Daí em diante muitas postagens vinculando a aprendizagem ao exercício profissional.



domingo, 20 de junho de 2010

A PESQUISA EM SALA DE AULA

O experimento do feijão, aquele de colocar o grão num algodão molhado e acompanhar o crescimento, pode ser levado para a sala de aula com o intuito de despertar o desejo da investigação, da pesquisa.
O processo de pesquisa se estabelece como norteador do trabalho. O processo de educação pela pesquisa inicia pelas perguntas produzidas em sala de aula, e tem como objetivo fazer os envolvidos no processo agregar novos saberes aos conhecimentos que já trazem. Aborda também o papel do professor como mediador nesse processo, pois deixa de ser o único detentor do saber e acarreta uma nova postura no aluno, que deixa de ser um simples receptor de conhecimentos.
Para saber o que vai acontecer, vamos observar, nas mais diferentes situações:
-sem luz e com água
-sem luz e sem água
-com luz e com água
-com luz e sem água
Os alunos olham todos os dias e molham, quando necessário. Arriscam palpites e formulam hipóteses.
Através desse processo de descobertas, há uma reconstrução do conhecimento já existente, gerando assim novos significados.


domingo, 13 de junho de 2010

UM OUTRO PASSO


Como parte obrigatória do curso, precisamos realizar 180 horas de efetivo exercício docente. Foram 9 semanas de planejamentos de atividades para a sala de aula. Foi a hora de colocar em prática um pouco de tudo que vimos e vivemos no PEAD. Tecer uma rede, costurando as aprendizagens e vivências nas mais diversas áreas do conhecimento. Uma oportunidade de mostrar que é possível encontrar outros caminhos para uma mesma busca.

Não posso negar que foi difícil, mas tenho que confessar também que me sinto satisfeita por ter conseguido planejar, executar e refletir, mesmo que muitas vezes pensasse que não ia dar certo. Fui relutante no início, porque tive que deixar a minha turma e começar do zero, conhecendo as habilidades e trabalhando as dificuldades de alunos diferentes dos que estava habituada. Diferentes em todos os sentidos que esse adjetivo possa dar a entender. E tenho certeza de que para eles também foi difícil. Mas as crianças têm uma qualidade que nós costumamos perder gradativamente, na medida em que vamos ficando adultos: a capacidade de nos adaptarmos a qualquer situação, sem muita resistência. O novo não amedronta as crianças, porque nelas ainda não se construiu a tão falada “zona de conforto”, que nós adultos, mesmo sabendo que tudo dá certo, até quando as nossas prévias organizações vão por água abaixo, carregamos os engessados paradigmas. Os pequenos sábios sabem a hora do improviso. Os grandes, aqueles que se dizem sábios, muitas vezes perdem essa hora.

Não há nada melhor do que olhar para trás e ver que conseguimos realizar aquilo que, quando olhávamos para frente, não visualizávamos.

Esse caminho não é finito, mas cada passo dado é um objetivo alcançado.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

SOB O OLHAR DE PIAGET


A aula presencial dessa semana foi muito esclarecedora, no sentido de definir o referencial teórico com que iremos sustentar nossa prática.
Consegui compreender que as reflexões que venho fazendo precisam ter uma espécie de “diálogo” com o autor escolhido.
A partir de então vou procurar justificar as minhas práticas pedagógicas com as contribuições que Piaget trouxe para a educação.
O autor não aponta respostas sobre o quê e como ensinar, mas permite compreender de que forma a criança aprende, fornecendo um referencial para a identificação das possibilidades e limitações.
Assim, o professor deve ter uma atitude de respeito às condições intelectuais do aluno e um modo de interpretar suas condutas verbais e não verbais para poder trabalhar melhor com elas.
Para explicar como o sujeito constrói conhecimentos, Piaget recorreu à psicologia como campo de pesquisa. Elaborou a teoria psicogenética na qual mostrou que a criança passa por mudanças qualitativas, que ele denominou como Estádios de Desenvolvimento.
Segundo Piaget, o conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado desde o nascimento, nem como simples registro de percepções e informações. O conhecimento é conseqüência das ações e das interações do sujeito com o objeto de conhecimento, seja do mundo físico, seja do mundo da cultura, ou seja, é uma construção que vai sendo elaborada desde a infância.

Ao longo dos anos, venho confirmando algumas das afirmações de Piaget: a necessidade de vínculo com aluno, o trabalho em grupo e a construção contínua do conhecimento.

domingo, 30 de maio de 2010

MATERIAL DOURADO

Os alunos têm muita dificuldade na subtração, sempre! Não sei se só os alunos de periferia ou se isso se aplica de uma forma mais ampla, em todas as camadas sociais.

Em relação aos alunos menos favorecidos, entendo que seja difícil “tirar” aquilo que já é pouco e isso, por si só, já explicaria a dificuldade.

Interpretações à parte, o fato é que quando saímos do concreto para o abstrato, as coisas criam significado e passam a ser compreendidas. Por isso o uso de material concreto nas aulas de matemática é fundamental.

O Material Dourado foi criado pela educadora italiana Maria Montessori e destina-se às atividades que auxiliam na aprendizagem do sistema de numeração decimal.

Normalmente as crianças acabam conseguindo dominar as operações, mas de maneira mecânica, através de muitos treinos. Com esse material, as relações numéricas abstratas passam a ter uma imagem concreta, facilitando a compreensão.

Meus alunos estão precisando fazer algumas atividades com o material.

Depois volto para contar com foi!

domingo, 23 de maio de 2010

WIKI DOS ALUNOS II


Nessa semana voltamos à Sala de Informática para continuar a usar o Wiki como ferramenta de trabalho.
Tinha como objetivo orientá-los na edição de suas páginas no Wiki. A atividade consistia em inserir a imagem de uma produção de texto que realizaram em aula, do livro “Um Reino Todo Quadrado”. Com exceção de alguns faltosos, cada um pôs seu trabalho em suas páginas pessoais. Coloquei o material em rede, facilitando assim para que todos pudessem fazer isso ao mesmo tempo e em computadores diferentes. Ganhamos tempo com esse procedimento. Alguns alunos que não estavam na aula passada para comentar os trabalhos dos colegas tiveram que receber orientações mais específicas, mas os que já tinham tido contato com o Wiki na semana anterior, realizaram a edição com menos dificuldade. A professora que trabalha nesse ambiente me auxiliou imensamente nesse processo, fazendo com que eu desse conta de todas as orientações. Fiz comentários em todos os wikis dos alunos e marquei com uma cor diferente as palavras escritas com erro nos textos. Em alguns, sugeri que relessem a frase.

domingo, 16 de maio de 2010

UM REINO TODO QUADRADO

A história conta que num reino distante tudo era azul e quadrado. Tudo vivia na mais perfeita ordem até que nasce uma criança vermelha e redonda e atrapalha a paz do reino. A criança cresce e na escola, através de um livro, ela descobre que as pessoas podem ser da cor e da forma que quiserem. Descobriu também que era a escola que deixava as crianças quadradas e azuis. E, a partir disso, as pessoas do reino começaram a se libertar do azul e do quadrado. Tomaram a forma que quiseram ter, e viveram felizes para sempre!

Contei essa história para os alunos e como sempre, eles desenharam a parte mais marcante da história. Depois escreveram um pouco sobre isso.

Uma pergunta que não pude deixar de fazer a eles: vocês acham que a escola deixa as pessoas “quadradas e azuis”?

Responderam espontaneamente: Claro que não! Na escola as crianças podem ser do jeito que são!

WIKI DOS ALUNOS


Nessa semana que passou os alunos da turma com quem estou fazendo estágio passaram a utilizar o wiki como uma ferramenta a favor da construção da aprendizagem colaborativa.
Já havia previamente aberto as páginas deles e colocado um último trabalho realizado após uma contação de história.
Ainda na sala de aula expliquei como acharíamos a página e como teríamos acesso a ela, ressaltando não ser um espaço público.
Na sala de informática os alunos se mostraram familiarizados com as máquinas e logo conseguiram perceber os diferentes espaços a serem visitados.
Nesse primeiro momento eles foram convidados a comentar os trabalhos dos colegas.
No próximo encontro eles irão editar suas páginas, tornando o trabalho mais autoral.
O wiki é uma ferramenta que está baseada na escrita compartilhada e participativa, trazendo em si pressupostos construtivistas porque, através dele, os alunos podem construir seus conhecimentos, transformando-os de prévio em novo conhecimento.
Esse é um estágio interessante do meu trabalho, pois, as teorias vistas e revistas nesses quase quatro anos de PEAD me mostraram uma maneira nova de realizar as antigas propostas. Além do que, o acesso a tecnologia, legado também do curso, e o uso consciente dessa ferramenta, principalmente nas atividades coletivas, tornaram as minhas aulas mais empolgantes tanto para mim, quanto para os alunos.

domingo, 9 de maio de 2010

MALANDRAGENS DE UM URUBU

Sylvia Orthof

A história é interessante: o pássaro recebe sua amiga, Pombinha Rola, chorando, pois havia perdido sua casa. O Dr. Urubu aparece na história para vender uma casa para a Pombinha. Só que a casa era uma gaiola. O Urubu prende a pombinha dentro. Revoltados, os pássaros amigos protestam e o Urubu acaba arrependido da maldade e dá de presente para Pombinha uma janela azul. Ela adora o presente e, emocionada, acaba colocando um ovo na janela.

Os alunos recortaram a história em seis pedaços e escreveram e desenharam sobre cada um.



PINDORAMA



O livro didático de História do Rio Grande do Sul, de Felipe Piletti, sugere a música "Pindorama", do grupo Palavra Cantada , que trata da chegada dos europeus ao Rio Grande do Sul.
Trabalhamos as palavras que não eram conhecidas e procuramos o seu significado.
Os alunos gostaram do sotaque português que aparece na música.
A turma gostou muito da atividade!

domingo, 2 de maio de 2010

HISTÓRIAS...

Foi um aluno que sugeriu. Comecei a contar uma história por semana.

Os alunos adoram ouvir novas e velhas histórias!!

Nessa semana o livro escolhido foi Uma casa cheia de mistérios, de Fabiana Fortini Alenquer.

O livro conta a história de Bruno que estava infeliz com a ideia de mudar de casa, e no final, com a ajuda de uma árvore velha e sábia, Bruno descobre que a mudança foi muito boa.

A proposta era a de uma produção textual com o título “Mudar pode ser muito bom”.

Os alunos ilustraram o trabalho e depois escreveram um pequeno texto.

Vamos registrar esses textos em um blog!














sábado, 1 de maio de 2010

TEORIA E PRÁTICA


Se pretendermos um ensino onde o espaço é produzido e organizado pelo homem, e se estudarmos essa produção supondo perceber as relações que os homens desenvolvem entre si e com o meio, a forma como se desenvolve o processo de “estudar” também será decisivo para a verdadeira apropriação dos significados e da sua contextualização.

O planejamento das aulas de Estudos Sociais deve levar em consideração os conhecimentos já adquiridos pelos alunos, porque é a partir desses que se autorizam novos significados e novos conhecimentos.

O conhecimento da história é importante porque nos fornece a base para o nosso futuro e permite-nos o conhecimento de como aqueles que viveram antes de nós solucionaram as grandes questões humanas.

Assim como o tempo, a construção do conceito de espaço é importante para que a criança consiga localizar-se, orientar-se e expressar-se graficamente.

Algumas atividades interessantes podem contribuir nesse sentido, tais como: a representação de trajetos feitos pelo aluno, a localização de vizinhos em mapas, a localização de municípios utilizando os pontos cardeais. Analisar a organização do espaço produzido pelo homem em sociedade é identificar as relações sociais que estruturam esse espaço. Pensar o espaço do simples ao complexo, compreendendo que , por exemplo, a rua está dentro do bairro, o bairro está dentro da cidade e a cidade dentro do estado e assim sucessivamente, são conceitos que vão sendo construídos gradativamente pela criança.

Para que assim ocorra, é uma responsabilidade da escola, nas séries iniciais, ampliar e aprofundar as ideias que a criança tem a respeito da localização, do espaço e do tempo. Ela precisa ter uma noção de distância, causalidade, lateralidade, limite, vizinhança, e suas inter-relações. O conhecimento do conceito de espaço na escola tem de oportunizar o aluno a possibilidade de lidar com as relações espaciais, sendo capaz de localizar-se e com habilidade para examinar os espaços sociais, sabendo que são uma construção humana em um tempo determinado da sociedade.


Referências Bibliográficas:

  • Do Caso à intenção em Estudos Sociais

Maria Aparecida Bergamaschi

  • E Se Não Houvesse “Estudos Sociais” Nas Séries Iniciais?

Antônio CastroGiovanni e Beatriz T. D. Fischer

  • O Ensino Da História Nas Séries Iniciais – Um Olhar Desde a Perspectiva Curricular Integradora

Simone Valdete dos Santos

  • Estudos Sociais: Teoria e Prática

Aracy do Rego Antunes; Heloisa Fesch Menandro; Tomoko Iyda Paganelli


domingo, 25 de abril de 2010

O ESPAÇO



Durante essas duas semanas que passaram, propus, na turma em que estou fazendo estágio, atividades que os alunos pudessem pensar sobre o seu espaço cotidiano, a rua, o bairro, a escola.

A primeira atividade era de representação do espaço de sala de aula. Nessa os alunos mostraram muita dificuldade para desenhar e ocupar o espaço no papel de acordo com a realidade.

Depois representamos a escola. Fomos para o pátio com as pranchetas na mão e também houve alguma dificuldade, até porque a escola é grande e tem muitos prédios e espaços diferenciados.

Por fim, representamos o caminho da casa até a escola. Para essa representação construímos uma legenda com cores. Aqui a dificuldade foi dos alunos que moram longe ou pegam ônibus para chegar. De qualquer forma, todos conseguiram realizar a atividade.

Essas atividades têm como objetivo explorar a paisagem local e o espaço vivido pelo aluno como modo de ampliar a percepção espacial do mesmo, a partir de experiências concretas e de sua livre expressão.




domingo, 18 de abril de 2010

PRIMEIRAS IMPRESSÕES


Essa primeira semana do estágio do curso foi bem difícil. Na verdade posso dizer que foi quase interminável.
Minha turma é composta por alunos com dificuldades diversas, por isso eles estão em número reduzido em comparação à quantidade normal de crianças em outras turmas.
Tenho tido muito desânimo em realizar as aulas
do estágio pela manhã. Confesso que é muito por estar contrariada com o fato de não poder realizar o estágio com a turma que já estava trabalhando desde o início do ano. Essa mudança não só me fez pôr um trabalho que estava em andamento nas mãos de outra pessoa, como me levou a estar com uma turma desconhecida e com complicações cognitivas que desafiam meu planejamento de estágio.
Além dessa circunstância, como em todas as histórias, há um embaraço de ambos os lados: o dos alunos que não queriam trocar de professora e o meu que não queria sair da turma.
No entanto, preciso me acostumar com a idéia e fazer a “coisa acontecer”.

HOLOCAUSTO NUNCA MAIS

Se os homens não fossem indiferentes uns aos outros, Auschwitz não teria sido possível, os homens não o teriam tolerado. Os homens, sem exceção, sentem-se hoje pouco amados porque todos amam demasiado pouco. A incapacidade de identificação foi, sem dúvida, a condição psicológica mais importante para que pudesse suceder algo como Auschwitz entre homens de certa forma educados e inofensivos.

Theodor Adorno

No período de 1939 a 1945 o mundo viveu uma das mais intensas e sangrentas batalhas de consequencias globais: a Segunda Guerra Mundial.


Diferente de outras ocorrências bélicas, não foi apenas um combate provocado pela iniciativa de impor uma nova ordem social. A Segunda Guerra teve de um lado um líder supremo, intolerante e apoiado por um grupo que promovia uma outra estrutura social, onde os indivíduos eram classificados e posteriormente selecionados para serem aceitos ou não como cidadãos.

Baseado nessa premissa desenvolveu-se um processo de extermínio em massa, com uma inicial cumplicidade de diversos países. O Holocausto massacrou milhões de judeus, ciganos, negros, e outras categorias homogeneizadas que, por não serem da raça ariana, considerada a espécie pura e verdadeiramente humana dos seres, estavam fadadas ao sofrimento e à morte.

Mais de sessenta anos depois, o que fica não é só a lembrança de um bárbaro acontecimento histórico, mas o medo de que teorias eugenistas criem forças através da rejeição ou negação do Holocausto. Essa é uma ferida mal cicatrizada, que aterroriza com a possibilidade de que atos de barbárie possam surgir a qualquer momento em manifestações de intolerância religiosa, étnica e cultural.

Participei no último sábado, 17, da I Jornada Interdisciplinar de Porto Alegre sobre o Ensino do Holocausto. O encontro teve como principal objetivo disponibilizar ferramentas que permitam a nós educadores aprofundarmos o nosso trabalho em sala de aula. Uma maneira de nos embasar com informações, dados históricos e referências a documentos e argumentos que nos apoiarão na tarefa de oportunizar ao aluno o entendimento desse acontecimento tão relevante para o mundo.


domingo, 28 de março de 2010

A LEI E A REALIDADE

Estou decepcionada com a Lei!
A lei prevê que a idade dos alunos com que devo trabalhar nessa etapa do curso de Pedagogia seja de até 10 anos, distribuídos em educação infantil e séries iniciais.
Tenho, no município de Porto Alegre, turmas de B30, cujas idades variam de 10 a 16 anos.
Não é uma contradição?
Não posso realizar o estágio com as minhas turmas pela questão legal. O curso não me habilita a trabalhar com essas turmas e o fato é que trabalho e vou continuar trabalhando!
Então, no período de 12 de abril a 11 de junho, estarei com uma turma que não conheço ainda, gentilmente cedida por uma colega da escola.
Vai ser difícil entregar meus alunos de B30 a essa professora, bem como acolher como “meus alunos” os alunos dela, dentro desse período.
Estou chateada e confesso um pouco desmotivada.
É um corte no ano, no trabalho e na proposta do curso.
É mais uma prova de que a academia anda muito aquém da realidade!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

AVATAR

O ano letivo de 2009 terminou em janeiro de 2010 com uma incrível sessão de cinema. Levamos os alunos do 3º ciclo para ver “Avatar”.

O filme é uma ficção científica e concentra-se num conflito épico em um planeta chamado Pandora .

Lá, os colonizadores humanos e os nativos humanóides, os Na'vi, entram em guerra pelos recursos naturais e a continuação da existência da espécie nativa.

O título do filme refere-se aos corpos geneticamente modificados, controlados e usados pelos personagens humanos do filme com o objetivo de interagir com os nativos.

Numa época em que muito se fala sobre a real destruição e emergencial salvação do meio ambiente, "Avatar" antevê problemas futuros: o dia em que o capitalismo selvagem levará os seres humanos a explorarem riquezas naturais de outros planetas.

Talvez a intenção de James Cameron tenha sido esta mesma: utilizar belos cenários para mostrar a sede mundial de conseguir benefícios a qualquer custo.

É uma pena que tenhamos que deixar todas essas discussões para um outro momento... Março, talvez!

Enquanto isso guarde as belas imagens e cenários na cabeça.

Vale a pena conferir!