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POSTAGENS

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

METAMORFOSEANDO

Desde que iniciei o curso de Pedagogia à distância, em abril de 2007, venho utilizando diferentes recursos na área da tecnologia digital. Um deles consistiu em criar esse blog e alimentá-lo constantemente com conteúdos próprios, relevantes e relativos às interdisciplinas e aprendizagens do curso. Nada disso me passou pela cabeça antes do PEAD. E eu tinha certeza de que a minha relação com a tecnologia ia ser bem complicada, porque nunca havia pensado em utilizar cotidianamente o computador. Como eu só usava essa ferramenta para ler mensagens ou fazer alguma pesquisa para enriquecer o trabalho na escola em que dou aula, a adaptação foi bem difícil.

Mas, inevitavelmente, mudei minha relação com o computador e, desde então, venho, cada vez mais, me introduzindo neste admirável mundo novo.
Tais transformações ocorreram quando as exigências do curso aumentaram. Quanto mais havia a ser feito, mais necessária se fazia mudar de atitude em relação ao que eu pensava. Ou eu vencia essa “timidez digital” ou seria engolida pela própria demanda.
Parar na frente do computador agora era necessário!
Passei a fazer postagens frequentes, aqui no blog, tornando-o, inclusive, um ambiente acolhedor para quem o visita.

Esse último eixo, especialmente, foi bem interessante. Nos fazer passear pelos posts mais antigos do blog e enxergar o crescimento contido na nossa trajetória, é menos vergonhoso do que fascinante. Poder ver a maneira imatura com que utilizava a ferramenta em relação ao curso, me fez ao mesmo tempo perceber meu crescimento e refletir sobre o que ainda preciso amadurecer no espaço infinito das descobertas tecnológicas.

No curso, sempre houve uma orientação para que tentássemos ver as mesmas coisas de um outro modo, quebrando paradigmas, questionando as velhas certezas, aprendendo a distinguir concepções ingênuas dos saberes científicos. Tentei incorporar essas premissas, que nos levam a mudar de ângulo e perceber as diversas dimensões conceituais do saber.
Observei nessa retrospectiva, por exemplo, que até pouco mais da metade do primeiro ano de PEAD, eu usava o blog para “postagens pessoais”, ou seja, fazia publicações que falavam de mim, dos momentos pelos quais eu estava passando e o que andava pensando. Não havia uma conexão entre o que estava sendo desenvolvido no curso e a minha prática docente. Com o tempo, o suporte e a orientação dos(as) professores(as) do PEAD, fui me dando conta de sempre fazer links entre teoria e prática.

Revendo todo o percurso, notei que, só a partir de outubro de 2007 é que publiquei minha primeira postagem significativa: um vídeo registrando um momento de expressão corporal dos meus alunos, levando para a sala de aula as aprendizagens do curso. Essa teve até um marcador: Portfólio/Teatro.

No mês seguinte esse processo foi amadurecendo ainda mais e finalmente ficou consolidada a minha percepção do blog como um espaço autoral de socialização e aprendizagem. Daí em diante muitas postagens vinculando teoria ao exercício profissional.
Toda essa caminhada me estimulou a vivenciar mais e mais o ambiente digital. Levei essa novidade para sala de aula e fui desenvolvendo ainda mais esses novos conhecimentos, na medida em que compartilhava-os com os alunos. Passei a me interessar pela tecnologia, ao ponto de transforma-la não só parte da minha prática pedagógica, mas também tema de pesquisa para o meu TCC.

O que começou com a realização de estágio, como parte obrigatória do curso, onde precisávamos cumprir 180 horas de efetivo exercício docente, transformou-se em objeto de estudo. Esse foi outro momento significante e que foi registrado também aqui nesse espaço: o estágio.
Como o normal é temer o novo, mais uma vez me vi arredia em ter que estagiar durante nove semanas, planejando atividades para uma nova sala de aula. A princípio, não vi necessidade de fazer isso, por estar na rede municipal dando aula já há 18 anos. Mas logo senti a premência de colocar em prática um pouco de tudo que vimos e vivemos no PEAD. Tecer uma rede, costurando as aprendizagens e vivências nas mais diversas áreas do conhecimento. Uma oportunidade de mostrar que era possível encontrar outros caminhos para uma mesma busca.

Não posso negar que foi difícil, mas tenho que confessar também que me sinto satisfeita por ter conseguido planejar, executar e refletir, mesmo que muitas vezes pensasse que não ia dar certo. Fui, mais uma vez, relutante no início, porque tive que deixar a minha turma e começar do zero, conhecendo as habilidades e trabalhando as dificuldades de alunos diferentes dos que estava habituada. Diferentes em todos os sentidos que esse adjetivo possa dar a entender. E tenho certeza de que para eles também foi muito difícil.

Mas as crianças têm uma qualidade que nós costumamos perder gradativamente, na medida em que vamos ficando adultos: a capacidade de nos adaptarmos a qualquer situação, sem muita resistência. O novo não amedronta as crianças, porque nelas ainda não se construiu a tão falada “zona de conforto”, que nós adultos, mesmo sabendo que tudo dá certo, até quando as nossas prévias organizações vão por água abaixo, carregamos os engessados paradigmas. Os pequenos sábios sabem a hora do improviso. Os grandes, aqueles que se dizem sábios, muitas vezes perdem essa hora.

Hoje sei que é preciso enfrentar os nossos medos, simplesmente porque somos nós mesmos quem os criamos e alimentamos. Tenho absorvido, através dos passeios que fiz pelo blog, que houve uma transformação espontânea na minha maneira de viver os processo que se formavam dentro de mim. Cada publicação teve a marca de um aprendizado que me fez refletir sobre o meu lugar de aluna, estabelecendo uma aproximação com a posição em que o meu aluno se encontra. Nessa inversão, percebi que uma relação de aprendizagem contínua pode ser desenvolvida com eles. Isso tornou ainda mais compreensíveis as diferenças no ritmo do aprendizado de cada um, o que constituiu uma convivência salutar no sentido de ensinar sob a ótica de quem aprende.

Em breve serei pedagoga. Trago comigo, além dos conhecimentos teóricos adquiridos no curso, as emoções e sentimentos que, como disse, me fizeram rever muitos conceitos e que estiveram presentes nos bons textos, nos bons filmes e em todas as vezes que me dei conta de estar respaldada teoricamente na minha prática pedagógica.

Tenho absoluta certeza de que o PEAD provocou muitas mudanças em todos os que se envolveram de verdade nessa caminhada. Foram quatro anos e meio de condução pelas estradas incertas da aprendizagem. Caminhos esses que não são, de forma alguma, finitos. Mas que, no final de cada etapa, nos deixa mais seguros de que cada passo dado é um objetivo alcançado. Somos agora borboletas saídas do casulo. Cada uma no seu tempo, com a sua força, perseverança e determinação.

Para terminar essa última postagem, deixo registradas as palavras de Madalena Freire no livro "O Coordenador Pedagógico e o espaço da mudança”, pois penso ser o pensamento mais oportuno ao momento:

"Estar vivo é estar em conflito permanente, produzindo dúvidas, certezas, sempre questionáveis. Estar vivo é assumir a educação do sonho cotidiano. Para permanecer vivo, educando a paixão, desejos de vida e de morte, é preciso educar o medo e a coragem. Medo e coragem em ousar. Medo e coragem em assumir a solidão de ser diferente. Medo e coragem em romper com o velho. Medo e coragem em construir o novo".


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ESTÁGIO


O estágio curricular do curso de Pedagogia à Distância aconteceu no 8º semestre com o objetivo de nos encaminhar à efetiva prática docente.
No PEAD somos todos alunos-professores, portanto, o requisito obrigatório de estágio pôs em prática tudo o que lemos e teorizamos no decorrer desta graduação. Ao meu ver, essa foi a disciplina mais difícil, pois nos levou à efetiva desconstrução do saber. Mexeu bastante na maneira com que nós, educadores, trabalhávamos em sala de aula. Creio que, em muitos casos, tenha ocorrido, inclusive, uma sôfrega ruptura no formato de ensino, enrijecido por um modelo pronto para ser despejado nos alunos.

Experimentar, repensar, refletir foram algumas das ações que estiveram sempre presentes no meu planejamento para o estágio. Experimentar uma Arquitetura Pedagógica, repensar a velha prática, refletir sobre o que acontece, permitir a mudança. Como bem disse o mestre da educação, Paulo Freire (1996), devemos nos convencer de que “(...)ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Foi com essa perspectiva que iniciei o estágio em turma de 4ª série (B20).

Meu planejamento no projeto consistiu em proporcionar atividades e situações que “desequilibrassem” o saber do aluno, fazendo assim com que ele construísse novos conhecimentos. Tentei levá-los à compreensão da realidade de forma ampla, possibilitando que, nela, interferissem de maneira mais consciente.

Não sendo possível ignorar aquilo que é convencionado pelo coletivo da escola como conteúdos, habilidades, competências pertinentes ao ano-ciclo, optei pelo caminho da tecnologia como ferramenta de apoio, para sair do lugar-comum.
Percorri durante 9 semanas, de abril a junho de 2010, tortuosos caminhos com o pequeno grupo de alunos que recebi para as aulas que integraram o meu estágio.

muitas postagens que traçam essa trajetória, pois escrevia semanalmente um pequeno relato, dos fatos mais importantes ocorridos durante esse período.
Como já disse, foi o momento de colocar em prática os aprendizados do curso e sinto que aproveitei ao máximo essa oportunidade. A prova é que, das vivências do estágio, brotou o tema do meu TCC.

domingo, 21 de novembro de 2010

DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO


No sétimo semestre, em 2009/2, através da disciplina de Didática, Planejamento e Avaliação, refletimos sobre as marcas que as práticas pedagógicas deixaram em nossas vidas, nos constituindo enquanto indivíduos e também analisamos as relações de ensino-aprendizagem no contexto escolar.

Passamos por Comênio, o pai da didática, e fomos levadas a refletir sobre o Movimento da Escola Nova que, ao propor uma outra forma de compreender o processo de ensino e aprendizagem, apresentou propostas mais dinâmicas para a organização do espaço escolar, das atividades pedagógicas e dos próprios materiais didáticos utilizados.
Dentre os pensadores escolanovistas que se preocuparam com estes aspectos, destacou-se Célestin Freinet e Maria Montessori.

Mais uma vez o curso nos fez repensar nosso lugar de professor!
O principal desafio do educador é o de tentar mostrar à criança que a escola é um lugar de criação e de autoria. O de tentar liberta-la das correntes da repetição e do adestramento.
Mas antes de todos, quem precisa se libertar primeiro é o professor. É ele que tem de ser criativo e autor de sua aula.
Somente a desconstrução dos modelos educacionais que valorizam os conhecimentos automatizados, por uma educação questionadora, pode transformar de fato a educação.

As atividades padronizadas impossibilitam que os alunos mostrem e desenvolvam sua criatividade. O professor, caso espere determinada resposta do aluno, pode não recebe-la da forma aguardada e deixa-lo fora do processo de ensino-aprendizagem. Como bem disse Paulo Freire “ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua produção ou sua construção”.

Quero muito, enquanto educadora, ser lembrada como aquela que abre caminhos para a efetiva construção do saber, apontando rumos, mostrando o mundo como ele é e como pode vir a ser. Quero fazer com que o saber histórico esteja a serviço do presente e que seja simples e prazerosa a sua compreensão. Penso que toda construção precisa estar envolta em alegria, pois parte de algumas realidades que necessitam ser ditas e que pode não corresponder ao nível de compreensão de cada um. O papel do professor é esse: deixar o caminho livre para os pensamentos, ajustando aqui e ali o eixo dos entendimentos.

domingo, 14 de novembro de 2010

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS


Alguns elementos importantes para compreender e refletir a comunidade e a cultura surda, foram abordados na disciplina de LIBRAS.
Nos fez pensar na importância de entrar em contato com uma forma de comunicação diferente.
LIBRAS é a língua da comunidade surda brasileira.

Durante o semestre assistimos a dois filmes que trouxeram discussões bem importantes sobre o assunto. O primeiro mostrou a trajetória de sofrimento imposta pelo preconceito, onde um diagnóstico equivocado mudou completamente a vida de uma criança surda. O segundo contou a história do menino Victor, numa narrativa que enfatiza a histórica condição de inferioridade associada aos surdos, a rejeição da sociedade, o isolamento e uma vida social cheia de restrições.

Fui bastante esclarecida sobre a cultura surda a partir dessa disciplina. Através dos textos lidos e das produções estimuladas, pude saber um pouco mais sobre a comunidade surda, sua cultura e especificidades.

Clique aqui e saiba mais você também!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

LINGUAGEM E EDUCAÇÃO


A disciplina de Linguagem e Educação em 2009/2 nos preencheu de elementos que tornaram possível examinar os conceitos de alfabetização e letramento, bem como analisar as diversas práticas e contextos que envolvem esses assuntos. Dessa forma, planejamos atividades coerentes com as leituras realizadas.

A postagem "Falando de Letramento" foi uma reflexão feita a partir de uma leitura que trata de Modelos de Letramento. O texto aborda a crescente preocupação em estudar, explicar e teorizar o fenômeno social chamado letramento.

Na postagem intitulada “As histórias que as crianças contam” há uma narrativa bem interessante de uma menina de seis anos que já mostra uma postura letrada mesmo sem saber. A criança quando narra uma história está trazendo à tona um universo de experiências acumuladas em situações diárias, e misturando fantasia e realidade, de forma a construir sua própria maneira de lidar com as coisas.

Como é a linguagem que organiza o pensamento, é essa narrativa que vai contribuir para que a criança compreenda o mundo em que vive e para que elabore os seus sentimentos.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

EDUCAÇÃO ESPECIAL


A disciplina de Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais oportunizou algumas leituras e discussões sobre a retrospectiva histórica da educação especial, as políticas públicas brasileiras em educação especial, o aluno com necessidades educacionais especiais, bem como práticas pedagógicas em educação especial.

Fiz uma postagem significativa em abril de 2009, que trata da importância de fatores como ambiente, espaço e recursos necessários às práticas inclusivas dentro da escola.
Ressalto no texto que, mais importante que as mudanças na parte física da escola, são as mudanças nas práticas de ensino.

É a escola que deve se adaptar as novas realidades e não o contrário, em que o aluno de inclusão precisa se adaquar à instituição.

Ao tocar nessa questão, o curso traz para dentro da universidade uma situação que há muitos anos habita as salas de aula da rede pública municipal de Porto Alegre. Foi muito importante esse debate da teoria com a prática, pois nos fez enxergar o aluno com necessidade educacional especial sob uma outra perspectiva.

domingo, 17 de outubro de 2010

ETNIAS


O VI semestre, em 2009/1, trouxe a interdisciplina Questões Étnico-Raciais na Educação, Sociologia e História. As leituras e atividades chamavam para o entendimento de raça e etnia na educação, com ênfase em estudos afro-indígenas no Brasil e no Rio Grande do Sul.

Uma das atividades mais interessantes foi a construção de um mosaico étnico-racial na sala de aula, como mostra o post de abril de 2009. Há outras postagens no blog sobre esse tema.
Importante estar sempre presente na sala de aula práticas pedagógicas que estejam de acordo com a Lei 10.693/03, que obriga o ensino de história da África e das culturas afro-brasileiras.

Na verdade, acima da questão legal, a diversidade presente em sala de aula incita o professor a aprender sobre cada povo, cada cultura, cada etnia, na complexidade social que cada um se insere e se forma, individual e coletivamente. Esse conhecimento nos estimula o respeito às diferenças e nos faz enxergar as relações humanas sem preconceito.