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POSTAGENS

sábado, 27 de setembro de 2008

PAUSA PARA REFLEXÃO


Estive nessa semana, num raro momento de pausa nas atividades escolares, participando das “Conversações Pedagógicas”, evento promovido pela Secretaria Municipal de Educação de POA.
Sem louvores a essa ou aquela administração, “Seminário Internacional” ou “Conversações Internacionais”, é irrelevante a denominação, o importante é que esse canal de interlocução entre universidade e rede pública sempre esteve aberto.
Escolhi assistir a conferência da historiadora Luzia Margareth Rago intitulado O VALOR DE UMA VIDA: CRIAÇÕES LIBERTÁRIAS E PRÁTICAS PARRESIASTAS.
A palestrante traz as idéias de Foucault para discutir os códigos morais universais e o papel transformador da mulher a partir do movimento feminista de 1968. Tantos outros movimentos nessa mesma época, como o movimento negro, a greve geral da França, a efervescência cultural e política, fizeram com que o mundo mudasse e valores e costumes fossem transformados. Porém o machismo, o conservadorismo e a direita também cresceram.
Foucault, preocupado com esse código moral, lembra que na Grécia a estética era cultuada como forma de vida, chamada de a estética da existência ou a arte do viver. Havia um “cuidar de si” que tornava o indivíduo belo, equilibrado, controlado, temperante e livre das paixões. Esse seria um sujeito apto para governar pois, não que não tivesse paixões, mas não se escravizava por elas.
Esse “cuidar de si” dos gregos, tornou-se inviável nos dias de hoje porque não é possível estabelecer uma relação positiva com o corpo, por exemplo, quando a sociedade, em âmbito mídiático e modal impõe seus padrões de beleza.
Não podemos ficar em paz com nossas celulites.
Por fim a palestrante fala em “parrésia”, palavra que se opõe à retórica. Segundo a historiadora, o vocábulo tem o seguinte conceito: falar franca, pública ou privadamente, quando se está em posição de inferioridade ou em situação de risco. Um exemplo seria criticar o próprio chefe utilizando-se de argumentos parresiastas, mesmo pondo o próprio emprego em risco.
Enfatizo o destaque dado ao valor de estabelecermos em nossas relações as práticas parresiastas para que possamos viver com valores pautados pela ética.

Um comentário:

Luciene Sobotyk disse...

Oi Zinara!
Tbém participei das Conversações e meus alunos apresentaram protótipos no espaço da robótica.Passaste por lá?Qual é a tua escola na rede?Bom final de semana.Abraços,Luciene