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POSTAGENS

quinta-feira, 27 de março de 2008



A Lenda de Eco
Os quase 4.000 professores da rede municipal de ensino de Porto Alegre, participaram nessa quinta-feira, dia 27 de março de 2008, de um encontro promovido pela Secretaria Municipal de Educação com o objetivo de aprofundar e qualificar a prática cotidiana nas escolas.
Logo após a abertura, Marisa Faermann Eizirik, falou sobre o tema "Escola mundo: da repetição à invenção".
A educadora nos faz um convite simples e muito antigo: “Vamos ouvir o que o outro tem a nos dizer?”
E nesse sentido ela nos remete à Lenda de Eco, fazendo-nos pensar no quanto repetimos , pouco ouvimos nada dizemos! Reza a lenda que ...
“Eco era uma bela ninfa, amante dos bosques e dos montes, onde se dedicava a distrações campestres. Era favorita de Diana e acompanhava-a em suas caçadas. Tinha um defeito porém: falava demais e, em qualquer conversa ou discussão, queria sempre dizer a última palavra. Certo dia, Hera saiu à procura do marido, de quem desconfiava, com razão, que estivesse se divertindo entre as ninfas. Eco, com sua conversa, conseguiu entreter a deusa, até as ninfas fugirem. Percebendo isto, Hera condenou-a com estas palavras:·
- Só conservarás o uso dessa língua com que me iludiste para uma·coisa de que gostas tanto: responder. Continuarás a dizer a última palavra, mas não poderás falar em primeiro lugar.
A ninfa viu Narciso, um belo jovem, que perseguia a caça na montanha. Apaixonou-se por ele e seguiu-lhe o passo. Desejava dirigir-lhe a palavra, dizer-lhe frases gentis e conquistar-lhe o afeto! Isso, porém, estava fora de seu poder. Esperou, com impaciência, que ele falasse primeiro, a fim de que pudesse responder.
Certo dia, o jovem, tendo se separado dos companheiros, gritou bem alto:
- Há alguém aqui?
- Aqui - respondeu Eco.
Narciso olhou em torno e, não vendo ninguém, gritou:
- Vem!
- Vem! - respondeu Eco.
- Por que foges de mim? - perguntou Narciso
Eco respondeu com a mesma pergunta.
- Vamos nos juntar - disse o jovem.
A donzela repetiu, com todo o ardor, as mesmas palavras e correu
para junto de Narciso, pronta a se lançar em seus braços.
- Afasta-te! - exclamou o jovem, recuando. - Prefiro morrer a te
deixar possuir-me.
- Possuir-me - disse Eco.
Mas foi tudo em vão. Narciso fugiu e ela foi esconder sua vergonha no recesso dos bosques. Daquele dia em diante, passou a viver nas cavernas e entre os rochedos das montanhas. De pesar, seu corpo definhou, até que as carnes desapareceram inteiramente. Os ossos transformaram-se em rochedos e nada mais dela restou além da voz. E, assim, ela ainda continua disposta a responder a quem quer que a chame e conserva o velho hábito de dizer a última palavra. ”
Assim, confesso que me senti provocada a pensar: será que a Escola vive a “síndrome de Eco”?
O que fica então? A dúvida e a reflexão.
E um singelo convite:
Estamos precisando reinventar nosso cotidiano, tornando-o menos cinza, mais alegre e desta forma, vendo nele, motivos para muitos aplausos!

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