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POSTAGENS

sexta-feira, 24 de abril de 2009

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA


Quem já viu o filme e é professor vai reconhecer, em alguns personagens, alunos com quem já trabalhou em sala de aula ao longo de sua carreira. Principalmente se já teve oportunidade de trabalhar em escolas públicas de periferia da cidade.
Dá para reconhecer semelhanças e divergências entre aquela escola e as escolas públicas de Porto Alegre. Uma que me chamou atenção, é o alto nível de respeito que existe na sala de aula. Pelo que tenho visto nesses 17 anos de rede pública municipal, as coisas por aqui são bem diferentes.
Está altamente recomendado!
É um filme que extrapola os muros da escola porque desnuda a relação professor-aluno e permite que muitas discussões venham à tona.
Espero que qualquer debate se embase muito mais em torno da educação do que como crítica de cinema.

Um comentário:

Beatriz disse...

Zinara eu tb gostei demais do filme. Interesante como se pode fazer mil leituras sobre o mesmo objeto que estamos descobrindo. Sabes que a rede pública francesa é uma das mais violentas, em termos de relações tanto entre eles como entre eles e os professores? E, eu vi sempre uma violência latente muito bem abordada no filme. Tb percebi, em alguns momentos, que o professor, justamente por ser humano, usa a ironia ( forma de violência)em alguns momentos bem cruciais. Como tu, muitas cenas eram totalmente familiares e outras chocantes, longe da nossa experiência. Um exemplo de familiaridade foi o comportamento das duas meninas representantes da turma no Conselho de Classee o dos professores que nem levavam em conta apresença das mesmas. Ali havia, simplesmente, a concordância com uma formalidade e não um momento de trocas qiue ajudassem ambos os lados. Um não familiar , pelo menos para mim, foi a ausência de relação afetiva entre os professores ou até mesmo de ajuda mútua para tornar o enfrentamento mais fácil. A hora do champagne, sem ninguém abraçando a futura mamãe é de partir o coração.
Sabias que o filme é baseado em um livro escrito por um professor, que é o ator que faz seu próprio papel? Os alunos não são os seus mas foram recrutados na rede pública para fazerem o que os seus faziam. Aliás, a menina de aparelho nos dentes é emblemática!! Há milhares iguais a ela. Mas um dado recorrente, e que é fruto da nossa época atual, é a questão dos migrantes e a possibilidade de inclusão em culturas completamente diferentes das deles. Esse sim é um problemão!!
Sentistes, em alguns momentos, as tentativas construtivistas?
De fato, o filme é imperdível!!
Um abração
Bea